Preocupada em criar verossimilhança interna e externa da personagem, Bárbara – que tem 1,70 m e mantém 54 kg, após muita malhação e controle alimentar – leu diversos livros sobre o assunto e foi em campo conhecer dramas da vida real.
“Conversei muito com uma psicanalista e psiquiatra, para entender a doença, a reação dessas jovens, seus históricos, causas e efeitos. Todo o estudo já foi uma grande inspiração para criar a personagem. Também conheci casos e percebi que o problema está mais próximo da sociedade do que se imagina. Acho que a novela tem um grande dever social de alertar os jovens e as famílias de que isso – que às vezes é visto como uma brincadeira de emagrecimento – pode se tornar uma doença grave. Os efeitos que a ausência do alimento e o abuso do álcool provocam no organismo são seríssimos”, diz Bárbara.
A atriz, aliás, é um exemplo de superação. Há 17 anos, sofreu um acidente por estar alcoolizada e ganhou cicatrizes no rosto que dificultaram sua entrada na tevê.
“Eu sou o próprio laboratório para minha personagem. Sofri muito por não aceitar minhas cicatrizes. E sei que fecharam portas. Hoje, sou realizada e superei esse momento triste”, enfatiza a atriz.
Nos próximos capítulos, Renata chegará ao fundo do poço, ao ser abandonada por Miguel (Mateus Solano), que estará apaixonado por Luciana (Alinne Moraes). Mas, de acordo com Maneco, o drama enfrentado por Renata é mais comum do que imaginamos.
“O número de mulheres que vive isso é assustador e só cresce. Quem sabe agora que o assunto está sendo abordado na trama, não passe a ser mais discutido pela mídia? Renata sofrerá muito. Mas, o que posso adiantar é que esta será mais uma história de superação, como muitas que a novela vai contar”, explica o dramaturgo.
Na vida real, porém, o excessivo culto pela beleza tem debilitado muitas jovens, que se perdem em regimes absurdos e o uso excessivo de álcool, que as levam à morte.
Segundo Mônica Monteiro – que ficou conhecida internacionalmente por lançar a übermodel Gisele Bündchen – a anorexia alcoólica não é uma doença comum apenas entre as profissionais de moda. Ela enfatiza que, hoje, muitos estilistas não aceitam modelos com uma aparência que não seja muito saudável.
“Houve uma sensível melhora no mercado. Estar magra é importante para ter sucesso na passarela. Mas, em excesso, atrapalha. Quando começou, a Gisele tinha 84cm de quadril e perdeu muito trabalho. Felizmente, ela pode comer de tudo e manter as medidas impecáveis. Hoje, ela tem 88cm de quadril, 86 de busto e 57 de cintura. Assim como a Fernanda Tavares que, quando começou, tinha o joelho maior do que a coxa”, conta a agente.
Antenada em todos os assuntos que cercam o mundo fashion, Mônica ficou chocada ao conferir uma matéria sobre 'drunkorexia', em um canal a cabo que mostrava mulheres de várias idades e profissões trocando as refeições por álcool.
“Não aceito que associem essa doença à imagem de modelos. Soube de estudantes de arquitetura e medicina, que morreram por conta desse problema. Mas, para a mídia, é mais interessante anunciar os dramas de modelos”, diz.
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