A seleção dos piores do ano, desta vez, desconsiderou quem acha que falta de qualidade é um valor. Portanto, Ratinho, Luciana Gimenez, Wagner Montes e afins nem entraram neste páreo. Entraram aqui iniciativas com alguma ambição artística, algumas delas fracassos que tinham por trás as melhores intenções, como Alice Braga no “Superbonita transforma”. E também o que não deu certo, mas pode melhorar. É o caso das legendas dos seriados. Afinal, a esperança é a última que morre.
“THE BIG Bang Theory” é bom, mas principalmente quando a legendagem do Warner permite que o freguês assista. Isso ocorre também no Sony. No caso de seriados apresentados desordenadamente, também é importante que estes canais saibam que a ordem dos fatores altera o produto.
O MULTISHOW erra quando investe na vulgaridade. Fez isso com “Casa bonita” e faz como “Papo calcinha”. Neste, há um quarteto que fala de sexo por falar. O resultado é bem caído.
ENTRE AS estreias da Band, “O formigueiro”, apresentado por Marco Luque, só não foi pior que “Busão do Brasil”. O simpático humorista do “CQC” surgiu entre formigas e experiências que lembram aquele jogo, o Laboratório Químico Juvenil. A brincadeira não agradou.
VENDIDO como um segredo de Fátima, o segredo de Gérson (Marcello Antony) em “Passione” mobilizou o público, que, na hora agá, ficou bem decepcionado. Gérson era só um voyeur de internet.
ALICE BRAGA até melhorou do início do ano para cá como apresentadora do “Superbonita transforma”. Mas não perdeu uma certa afetação e o ar empostado. O programa, que era um dos melhores do GNT, em 2010 ficou sem graça e cheio de personagens desinteressantes.
A BAND investiu no filão dos “realities” e em agosto estreou o “Busão do Brasil”. O programa, constrangedor, acabou afundando em baixas audiências e nível idem. Nem a simpatia de Edgar Piccoli salvou.
NOVELA DAS 19h da Globo, “Tempos modernos” tinha um elenco cheio de talentos, mas incapaz de sobreviver a uma história sem fôlego, e cheia de pretensas boas ideias, como aquele computador falante apresentado como grande ideia.
MARCOS MION estreou na Record no comando de “Legendários”. O apresentador, que não é conhecido pela modéstia, avisou que faria algo mais ou menos semelhante a uma transformação radical do universo. Mas surgiu apresentando uma compilação de déjà-vus da TV. Seu dominical bebe um pouco no “CQC”, no “Casseta & Planeta”, e no que ele próprio já tinha feito na MTV.
Patricia Kogut - O Globo
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