Gal Costa está de volta. O novo CD, batizado “Recanto“, chega ao mercado no dia 6 de dezembro, seis anos depois do último álbum lançado por ela. Produzido por Caetano, Moreno Veloso, afilhado de Gal, e Kassin, a capa também tem assinatura grifada. A foto – um superclose – foi feita por Gilda Midani, em agosto, em um estúdio no Rio, e está um arraso! Ah, e quer saber mais? A música de trabalho se chama “Neguinho“, foi composta por Caetano e tem as bases eletrônicas todas feitas por Zeca, filho mais velho do baiano com Paula Lavigne. “O disco é meu trabalho composicional de agora. Quis fazê-lo com o som da voz dela. Não se tratava de meramente relembrar o passado de Gal, mas de produzir com ela uma peça que fosse forte como expressão atual e, assim, estivesse à altura do nosso histórico. Sonhei com isso por um bom tempo”, disse Caetano.
2 Comments:
Me parece muito interessante o trecho que escutei da música "Neguinho".É curioso que Gal, aos 66 anos grave algo assim, atrevido e nao comercial, enquanto Marisa Monte (considerada sua herdeira e sucessora) tenha acabado de lançar um disco meloso e repetitivo, que nao mostra nenhum avanço em relaçao ao seu trabalho da década passada, mas apenas a vontade de tocar nas rádios, vender um milhao de cópias e se acomodar no trono de rainha da MPB.
Não é um disco fácil, que repete fórmulas de sucesso e de fácil aceitação comercial. Por isso mesmo talvez seja, a exemplo de outros trabalhos de Gal, um marco histórico. Na contramão do que parece ser o óbvio, a cantora se deixa transportar por Caetano, que usa a sua voz como instrumento preciso - duelando com o softwares - mesclando e distorcendo sua voz - (re)criando uma nova estética onde som, voz, dissonância confluem à procura de um novo conceito - não do óbvio. É uma viagem rumo ao novo, uma decodificação de sonoridades. Para ouví-lo, é necessário desapego aos velhos padrões. Gal, por ora, supera-se. Resta indissolúvel o binômio Caetano-Gal.
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