Por: Zean Bravo, da Agência O Globo
Ana Maria Braga parece não brincar em serviço. Mais séria do que aparece habitualmente no vídeo, ela se mostra segura ao dar ordens nos bastidores do Mais Você, num intervalo das gravações. No ar desde 18 de outubro de 1999, a atração terá uma edição especial na próxima sexta-feira para comemorar suas três mil edições ao vivo e os seus 12 anos. Na entrevista abaixo, realizada na casa de vidro que serve de cenário para o matinal, Ana Maria fala sobre a carreira e também sobre como lida com as críticas, comenta as comparações com a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey e defende a sua vitalidade: “Dou banho em menina de 18 anos!”.
***
Pergunta. Como será o especial dos 12 anos do programa?
Ana Maria Braga. Vai ser um programa de gala. Vamos gravar à noite pela primeira vez na casa de vidro um jantar com amigos para celebrar a data. Resolvi condensar as comemorações porque estamos muito focados em nosso conteúdo editorial.
Existe uma tática para manter um programa diário há tanto tempo no ar?
Aqui, se a gente erra, admite que errou; se exagera na dose, volta atrás. O público hoje não aceita mais quem mente na telinha. Aquele papo do apresentador muito alegre ou muito triste, sem estar, não cola. Tem convidado que só vem para cumprir tabela, divulgar peça. Acontece de a pessoa estar de saco cheio porque acordou cedo. Eu tento quebrar isso e pergunto: ‘Você não estava a fim de acordar cedo?’. Em alguns casos, a pessoa leva um susto e relaxa.
A atração ao vivo expõe seus erros. Você se preocupa com isso?
O trabalho ocupa 85% do meu tempo e aqui é como a minha casa. Se o cachorro faz cocô (aponta para a cadelinha Sombrinha), como agora, vai ao ar. Ela já fez xixi nas minhas costas ao vivo, uma panela pegou fogo… A grande sabedoria de envelhecer foi entender que essas coisas não me afetam de verdade.
Leia mais na versão impressa
Por que o conteúdo do “Mais você” mudou tanto nesses últimos anos?
ANA MARIA: Toda atração de atualidade, ao vivo, precisa mudar a fórmula. O “Mais você” vem depois de um jornalístico (“Bom dia Brasil”) e investimos neste tipo de $ção também. Temos um pacto de trazer novidades sem perder a autenticidade.
A culinária e o artesanato já não são mais os pilares do programa?
ANA MARIA: Ele mudou, mas a culinária sempre foi importante. Quando comecei, as pessoas achavam brega cozinhar na TV. Agora, isso é visto de outra forma. Ainda temos tudo o que eu tinha lá na Record (no “Note e anote”): culinária, artesanato, comportamento e saúde. Outros matinais vieram e passaram a abordar esses temas também.
A concorrência influencia na sua pauta?
ANA MARIA: A concorrência é saudável, mas não pode nos pautar.
Por que os temas policiais ganharam mais espaço?
ANA MARIA: A gente não pode estar fora da realidade, seja ela qual for. Mostrar uma morte violenta pode servir de alerta. Exibimos recentemente imagens de um cara que foi morto depois de reagir a um assalto. Não damos a notícia da mesma maneira que o telejornal. Usamos um fato social para levantar uma discussão.
Está satisfeita com o tempo do “Mais você” no ar? Tem vontade de apresentar um programa em outro horário?
ANA MARIA: São 75 minutos diários e isso me permite ter qualidade de produção. Se me derem mais tempo, eu pego. Mas não é um anseio. Outro programa? Não tenho tempo. A ideia já foi colocada pela emissora, mas eu tenho outros projetos paralelos, como os livros e a revista “A”, que lanço em 2012.
A revista “A” será nos moldes da “O”, de Oprah Winfrey. Você se considera a versão brasileira da apresentadora?
ANA MARIA: Tem muita gente que compara. Sou chamada de Oprah loura pelos meus amigos. Mas temos tamanhos diferentes, a começar pelo salário. Oprah é inteligente e gostei da atitude dela. Temos que saber a hora de parar.
Pensa em aposentadoria?
ANA MARIA: Não quero ficar sem trabalhar. A própria Oprah foi cuidar de outras coisas, do canal de TV dela. Eu levanto todo dia com muito tesão pelo o que faço. O meu despertador toca 4h50m e acordo animada para fazer o “Mais você”. Só pararia no dia em que isso mudasse.
O que falta hoje para você, aos 62 anos?
ANA MARIA: Quer me envelhecer? Tenho 61! Aliás, tenho a idade que quiser. Uma amiga minha parou nos 38. A gente se vê no espelho o tempo todo e envelhecer hoje em dia é muito relativo. Claro que meu jeito de pensar mudou, mas dou banho em menina de 18 anos. O meu corpo ainda responde superbem. Posso namorar ou saltar de paraquedas. Tô feliz como estou. Tenho um marido que amo, uma casa linda. Hoje, olho a quantidade de sapatos que tenho e lembro que já tive apenas dois.
Como o câncer que você enfrentou em 2001 afetou a sua vida?
ANA MARIA: Poucas pessoas falavam em câncer na TV. Muito menos gente famosa tinha essa coragem. É uma doença arrasadora e qualquer pessoa muda depois de passar por um susto desse. Sou como uma fênix.
ANA MARIA: Toda atração de atualidade, ao vivo, precisa mudar a fórmula. O “Mais você” vem depois de um jornalístico (“Bom dia Brasil”) e investimos neste tipo de $ção também. Temos um pacto de trazer novidades sem perder a autenticidade.
A culinária e o artesanato já não são mais os pilares do programa?
ANA MARIA: Ele mudou, mas a culinária sempre foi importante. Quando comecei, as pessoas achavam brega cozinhar na TV. Agora, isso é visto de outra forma. Ainda temos tudo o que eu tinha lá na Record (no “Note e anote”): culinária, artesanato, comportamento e saúde. Outros matinais vieram e passaram a abordar esses temas também.
A concorrência influencia na sua pauta?
ANA MARIA: A concorrência é saudável, mas não pode nos pautar.
Por que os temas policiais ganharam mais espaço?
ANA MARIA: A gente não pode estar fora da realidade, seja ela qual for. Mostrar uma morte violenta pode servir de alerta. Exibimos recentemente imagens de um cara que foi morto depois de reagir a um assalto. Não damos a notícia da mesma maneira que o telejornal. Usamos um fato social para levantar uma discussão.
Está satisfeita com o tempo do “Mais você” no ar? Tem vontade de apresentar um programa em outro horário?
ANA MARIA: São 75 minutos diários e isso me permite ter qualidade de produção. Se me derem mais tempo, eu pego. Mas não é um anseio. Outro programa? Não tenho tempo. A ideia já foi colocada pela emissora, mas eu tenho outros projetos paralelos, como os livros e a revista “A”, que lanço em 2012.
A revista “A” será nos moldes da “O”, de Oprah Winfrey. Você se considera a versão brasileira da apresentadora?
ANA MARIA: Tem muita gente que compara. Sou chamada de Oprah loura pelos meus amigos. Mas temos tamanhos diferentes, a começar pelo salário. Oprah é inteligente e gostei da atitude dela. Temos que saber a hora de parar.
Pensa em aposentadoria?
ANA MARIA: Não quero ficar sem trabalhar. A própria Oprah foi cuidar de outras coisas, do canal de TV dela. Eu levanto todo dia com muito tesão pelo o que faço. O meu despertador toca 4h50m e acordo animada para fazer o “Mais você”. Só pararia no dia em que isso mudasse.
O que falta hoje para você, aos 62 anos?
ANA MARIA: Quer me envelhecer? Tenho 61! Aliás, tenho a idade que quiser. Uma amiga minha parou nos 38. A gente se vê no espelho o tempo todo e envelhecer hoje em dia é muito relativo. Claro que meu jeito de pensar mudou, mas dou banho em menina de 18 anos. O meu corpo ainda responde superbem. Posso namorar ou saltar de paraquedas. Tô feliz como estou. Tenho um marido que amo, uma casa linda. Hoje, olho a quantidade de sapatos que tenho e lembro que já tive apenas dois.
Como o câncer que você enfrentou em 2001 afetou a sua vida?
ANA MARIA: Poucas pessoas falavam em câncer na TV. Muito menos gente famosa tinha essa coragem. É uma doença arrasadora e qualquer pessoa muda depois de passar por um susto desse. Sou como uma fênix.
0 Comments:
Postar um comentário