“Não existe humor politicamente correto. A irreverência faz parte do humor”, declarou Jô Soares no programa “Altas Horas”(Rede Globo) na noite de ontem.
E foi um show de irreverência e de humor da melhor qualidade que o Canal VIVA apresentou ontem à tarde: os melhores momentos de “Chico Anysio Show”, no “Chico Total” –especial de fim de ano (1996).
Para começar, “Caretano Zeloso” (João Cláudio Moreno) e “Zelberto Zel” (Chico) recebem o pessoal dos “Titãs”, e tentam marcar algum trabalho musical em conjunto. Zel é zen!
Logo em seguida, um personagem que já marcava época em seu estilo e fez escola: Haroldo, um ex-gay, cujo nome de guerra era Luana. “Solta essa franga e volta pro teu reduto, Luana!”, implorava Leon, a ‘amiga assumida’, feita com muito brilho pelo saudoso Paulo César Bacelar (a Paulette, do Dzi Croquetes). No episódio mostrado ontem, Leon já estava sendo feito, com não menos brilho, pelo ator Eduardo Martini, que substituiu Paulette.
“Luana já morreu, agora eu sou Haroldo, sou hétero, olha o muque!”, respondia Haroldo mostrando o bíceps, num terno todo rosa com rendas e babados na camisa. Talvez ainda menos convicto do que o Zuzú (Jorge Fernando) que entra e sai do armário em “Macho Man”.
Entre outros quadros, surge a jornalista “Neyde Taubaté” (Chico Anysio) entrevistando o “Coalhada” (Chico), jogador de futebol. O arqui-ator “Alberto Roberto” (sempre Chico) recebe em seu camarim a atriz Suzana Vieira, muito distinta num modelito preto, com os cabelos muito louros. Neste quadro, ao lado do diretor de cena (Lúcio Mauro) ainda aparece um jovem assistente, vivido pelo também saudoso Luiz Carlos Tourinho.
Saudades surgem a todo instante, não só da obra genial que envolve Chico Anysio com a sua interminável lista de excelentes e criativos personagens, como de alguns grandes humoristas que trabalharam ao seu lado e que, infelizmente, já se foram. Só pela “Escolinha do Professor Raimundo” passaram: Sandoval Quaresma (Brandão Filho), Rolando Lero (Rogério Cardoso), Seu Baltazar (Walter Dávila), Seu Gaudêncio (Ivon Curi), Seu Mazarito (Costinha), Seu Eustáquio (Grande Otelo), Samuel Bronstein (Marcos Plonka) e a impagável Dona Bela (Zezé Macedo) –entre tantos outros que deixaram um legado importante: o bom humor.
Na ‘escolinha’ de ontem, o Professor Raimundo recebeu alunos diferentes: o caipira João Pedro (Marcos Palmeira, sobrinho do comediante), Túlio Maravilha (jogador de futebol), Dona Sarita (Floriano Peixoto – o Jonas Araripe, diretor da escola da novela “Rebelde”, Rede Record) e Adilson Gaivota (Eri Johnson –o atual ‘Gigante’ de “Fina Estampa”, que causou furor no último episódio de “Amor & Sexo” –ambos da Rede Globo).
Foi com ele que o Professor Raimundo fechou o quadro: “depois da tempestade vem?”. “O Jornal Nacional mostrando os estragos”, respondeu Adilson Gaivota , personagem de Eri Johnson na novela “Explode Coração” (Rede Globo – 1996).
Quase no final, entra o “Café Bola Branca” –onde gente branca não entra! “Gente branca é um inferno e isso aqui é o céu!”, diz a vinheta. “Zé do Tamborim” (Chico) recebe o cantor Wando para cantar “Safada”, composição própria. “Vem minha safada, vem minha bandida, minha descarada – quero um beijo gostoso dessa boca molhada”, diz parte do refrão.
Para finalizar, Chico Anysio ainda aparece numa delegacia de polícia queixando-se que apanhara de sua mulher. A delegada, vivida pela sempre talentosa Arlete Salles, pergunta por que ele não a denuncia. O pobre homem, com um olho roxo e tudo (cujo nome do personagem não houve jeito de descobrir), argumenta: “o pai dela é macumbeiro e me detesta. Recebe a pomba gira e tudo!”.
Hilariante, irreverente –como sugere o expert Jô Soares, e ainda mais: inteligente e ‘politicamente desencanado’. Assim é o humor de Chico Anysio –um dos maiores mestres do humor nacional.
E foi um show de irreverência e de humor da melhor qualidade que o Canal VIVA apresentou ontem à tarde: os melhores momentos de “Chico Anysio Show”, no “Chico Total” –especial de fim de ano (1996).
Para começar, “Caretano Zeloso” (João Cláudio Moreno) e “Zelberto Zel” (Chico) recebem o pessoal dos “Titãs”, e tentam marcar algum trabalho musical em conjunto. Zel é zen!
Logo em seguida, um personagem que já marcava época em seu estilo e fez escola: Haroldo, um ex-gay, cujo nome de guerra era Luana. “Solta essa franga e volta pro teu reduto, Luana!”, implorava Leon, a ‘amiga assumida’, feita com muito brilho pelo saudoso Paulo César Bacelar (a Paulette, do Dzi Croquetes). No episódio mostrado ontem, Leon já estava sendo feito, com não menos brilho, pelo ator Eduardo Martini, que substituiu Paulette.
“Luana já morreu, agora eu sou Haroldo, sou hétero, olha o muque!”, respondia Haroldo mostrando o bíceps, num terno todo rosa com rendas e babados na camisa. Talvez ainda menos convicto do que o Zuzú (Jorge Fernando) que entra e sai do armário em “Macho Man”.
Entre outros quadros, surge a jornalista “Neyde Taubaté” (Chico Anysio) entrevistando o “Coalhada” (Chico), jogador de futebol. O arqui-ator “Alberto Roberto” (sempre Chico) recebe em seu camarim a atriz Suzana Vieira, muito distinta num modelito preto, com os cabelos muito louros. Neste quadro, ao lado do diretor de cena (Lúcio Mauro) ainda aparece um jovem assistente, vivido pelo também saudoso Luiz Carlos Tourinho.
Saudades surgem a todo instante, não só da obra genial que envolve Chico Anysio com a sua interminável lista de excelentes e criativos personagens, como de alguns grandes humoristas que trabalharam ao seu lado e que, infelizmente, já se foram. Só pela “Escolinha do Professor Raimundo” passaram: Sandoval Quaresma (Brandão Filho), Rolando Lero (Rogério Cardoso), Seu Baltazar (Walter Dávila), Seu Gaudêncio (Ivon Curi), Seu Mazarito (Costinha), Seu Eustáquio (Grande Otelo), Samuel Bronstein (Marcos Plonka) e a impagável Dona Bela (Zezé Macedo) –entre tantos outros que deixaram um legado importante: o bom humor.
Na ‘escolinha’ de ontem, o Professor Raimundo recebeu alunos diferentes: o caipira João Pedro (Marcos Palmeira, sobrinho do comediante), Túlio Maravilha (jogador de futebol), Dona Sarita (Floriano Peixoto – o Jonas Araripe, diretor da escola da novela “Rebelde”, Rede Record) e Adilson Gaivota (Eri Johnson –o atual ‘Gigante’ de “Fina Estampa”, que causou furor no último episódio de “Amor & Sexo” –ambos da Rede Globo).
Foi com ele que o Professor Raimundo fechou o quadro: “depois da tempestade vem?”. “O Jornal Nacional mostrando os estragos”, respondeu Adilson Gaivota , personagem de Eri Johnson na novela “Explode Coração” (Rede Globo – 1996).
Quase no final, entra o “Café Bola Branca” –onde gente branca não entra! “Gente branca é um inferno e isso aqui é o céu!”, diz a vinheta. “Zé do Tamborim” (Chico) recebe o cantor Wando para cantar “Safada”, composição própria. “Vem minha safada, vem minha bandida, minha descarada – quero um beijo gostoso dessa boca molhada”, diz parte do refrão.
Para finalizar, Chico Anysio ainda aparece numa delegacia de polícia queixando-se que apanhara de sua mulher. A delegada, vivida pela sempre talentosa Arlete Salles, pergunta por que ele não a denuncia. O pobre homem, com um olho roxo e tudo (cujo nome do personagem não houve jeito de descobrir), argumenta: “o pai dela é macumbeiro e me detesta. Recebe a pomba gira e tudo!”.
Hilariante, irreverente –como sugere o expert Jô Soares, e ainda mais: inteligente e ‘politicamente desencanado’. Assim é o humor de Chico Anysio –um dos maiores mestres do humor nacional.
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